Tem uma criança na praia.
Não está brincando,
não está correndo,
está estranhamente parada.
Não vejo areia voando,
não vejo onda chutada.
Vejo a felicidade ausente
e a esperança muda, calada.
Tem uma criança na praia,
mas não tem bola,
não tem castelinho,
não tem pai,
não tem mãe,
o absurdo grita sozinho.
Hoje não tem alegria na frente do mar.
Desculpa, Aylan,
o senhor da guerra não sabe brincar de enterrar.